Está
entre os objetivos do projeto oferecer condições
adequadas para o recebimento e atendimento ao catador, garantindo as
condições de salubridade dos mesmos,
material de proteção individual (uniforme, botas, bonés, luvas e
protetores auriculares) e alimentação para esses trabalhadores
durante o carnaval.
Mais de 2600 refeições são produzidas diariamente |
São cerca 160 pessoas envolvidas na produção das refeições, que além de constituírem uma cultura de organização da produção, através do trabalho cooperado, exercitam uma prática de coletividade mais complexa, com a participação de várias empreendimentos produtivos organizados em Rede de Economia Solidária. Essa Rede conta com o suporte técnico e estrutural da Organização Vida Brasil, que atua como organização de apoio, oferecendo assessoria e capacitação técnica, formação político cidadã, apoio estrutural e institucional na perspectiva de formação de uma sociedade mais justa, democrática e solidária a partir de organizações produtivas diferentes do modo de produção capitalista, que visa prioritariamente o lucro.
Eliana Santana, da Cooperativa Sonhos Possíveis |
Nutricionistas desenvolvem formação com membros das cooperativas |
Ali
mesmo na base de produção são realizados espaços de formação.
Durante um desses momentos as nutricionistas Ana Lúcia Nascimento e
Ana Cláudia Duran, que fazem o acompanhamento técnico nutricional
do projeto, realizaram uma palestra no primeiro dia de produção, na
qual assuntos como higienização, sanitização, forma de fabricação
e prevenção de doenças transmitidas por alimentos foram debatidos
com os integrantes da rede. Para Ana Lúcia e Ana Cláudia, esses
espaços são momentos de troca de conhecimento importantes para o
desenvolvimento do trabalho e inserção em um processo de produção
industrial.
Carol Reis, da Cooperativa de Rango Vegan |
Uma análise muito interessante é a feita por Carol Reis, da Cooperativa de Rango Vegan, que participa pela terceira vez do projeto: “A importância central é a ideia de trabalho em rede, numa perspectiva de diversidade e da divisão de funções, o que potencializa a produção. Além do fato de atingir uma parcela da força de trabalho que está vulnerável socialmente, valorizando o trabalho e dividindo os recursos adquiridos, na superação de relações individualistas e de desigualdades nas relações de trabalho. Considerando que é uma gestão absolutamente de mulheres, em sua maioria negras. Percebo a atividade como a de um peixe pequeno dando conta de um processo muito grande, ou seja, um público doméstico dando conta de uma produção industrial, o que contribui com um desenvolvimento social muito grande e favorece o reconhecimento social e institucional”.
A
perspectiva das redes de economia solidária é de incentivar o
protagonismo e a construção de relações de trabalho mais
igualitárias, onde os trabalhadores são os donos e gestores do
próprio empreendimento. Busca-se, com isso, um desenvolvimento com
base no exercício da coletividade e da cidadania, no exercício da
própria identidade, no qual as referências de gênero, raça e
classe social estabelecem parâmetros para a superação das
desigualdades, refletindo resultados diretos nas famílias e
comunidades, possibilitando uma qualificação técnica na efetivação
das atividades produtivas.
Texto: Marcos Grito
Fotos: Paulo Magalhães
Texto: Marcos Grito
Fotos: Paulo Magalhães
Nenhum comentário:
Postar um comentário